A Páscoa de 2025 está se aproximando, e os consumidores devem se preparar para um aumento significativo nos preços dos chocolates. Diversos fatores têm contribuído para essa alta, desde problemas climáticos em regiões produtoras de cacau até estratégias adotadas pelas indústrias para mitigar os custos.

Impacto das condições climáticas na produção de cacau

A África Ocidental, responsável por cerca de 70% da produção mundial de cacau, enfrentou desafios climáticos severos no último ano. Condições adversas, como períodos de chuvas intensas seguidos por secas prolongadas, afetaram negativamente as safras na Costa do Marfim e em Gana, principais produtores globais. Além disso, a disseminação do fungo Vascular Streak Dieback devastou plantações nessas regiões, reduzindo ainda mais a oferta de cacau no mercado internacional. 

Escalada nos preços do cacau e seus reflexos

Devido à redução na oferta, o preço do cacau disparou. Entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, houve um aumento de 189% no valor da matéria-prima. Essa elevação impacta diretamente os custos de produção de chocolates, levando as indústrias a repensarem suas estratégias para a Páscoa de 2025. 

Redução na produção de ovos de Páscoa no Brasil

No Brasil, a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) anunciou uma redução na produção de ovos de Páscoa para este ano. Serão produzidas 45 milhões de unidades, uma queda de 22,4% em relação ao ano anterior, quando foram fabricados 58 milhões de ovos. Essa diminuição visa ajustar a oferta à nova realidade de custos elevados e evitar desperdícios. 

Estratégias da indústria para contornar a crise

Para amenizar o impacto dos custos elevados e manter a atratividade dos produtos, as indústrias têm adotado algumas estratégias:
• Redução do tamanho dos produtos: Diminuir a gramatura dos ovos de Páscoa e chocolates, prática conhecida como “reduflação”, permite manter os preços mais acessíveis ao consumidor. 
• Alteração na composição: Introduzir ingredientes complementares, como biscoitos e recheios variados, reduzindo a quantidade de cacau utilizada sem comprometer o sabor e a qualidade do produto. 

Perspectivas para o consumidor

Diante desse cenário, é esperado que os chocolates estejam, em média, 12% mais caros nesta Páscoa. Especialistas recomendam que os consumidores fiquem atentos às variações de preços e considerem alternativas, como produtos artesanais ou opções com menor teor de cacau, para celebrar a data sem comprometer o orçamento. 

Em resumo, a combinação de fatores climáticos adversos, aumento expressivo nos preços do cacau e ajustes na produção resultará em chocolates mais caros nesta Páscoa. Consumidores e indústrias precisam se adaptar a essa nova realidade, buscando alternativas que mantenham viva a tradição sem pesar no bolso.